sábado, 16 de abril de 2011

Eu gosto da minha casa. Gosto de ficar em casa. Bastante até. Tem gente que me diz que não entende como eu consigo ficar o tempo inteiro aqui, tem gente que já diz que é muito difícil me encontrar. Mas, independente das opiniões alheias, eu gosto daqui. É meu mundo, minha família, meus amigos. Aqui, dentro e perto, eu tenho tudo o  que  preciso pra ser uma pessoa feliz e me sentir satisfeita e amada.

Quando minha mãe resolve não gritar - o que acontece em poucas horas do dia - eu tenho sossego, quando eu resolvo não brigar com o irmão aborrecente, eu tenho paz de espírito, quando eu saio sem me preocupar se eu vou ter ou não um lugar pra voltar, eu tenho tranquilidade. Muitas vezes na minha vida eu já passei por episódios de xiliques-infanto-juvenis-pós-adolescência tão problemáticos e já me meti em tanta encrenca ao ponto de não poder voltar pra casa que, hoje, esse quarto, esse amontoado de livros ali no canto, aquele sofá revirado, entre tantas outras coisas, é o que mais tem me dado segurança.
Aqui é o lugar onde eu recebo quem eu mais amo nessa vida, é onde as pessoas que mais me amam podem me encontrar. Aqui é onde eu sei que tem gente pra me emprestar um ombro amigo, é onde tem gente que precisa dos meus ombros também. É onde eu posso achar amigos que realmente se divertem com a minha presença, mesmo que seja pra dar uma volta na rua ou ir ali na esquina tomar um sorvete...
É. Eu gosto daqui. Gosto tanto e agradeço a Deus todos os dias por eu ter enfrentando todos os problemas, crescido e amadurecido até começar a entender que não existe coisa melhor no mundo do que a casa da gente. Mas, como pode acontecer na sua casa também, às vezes eu não tenho tranquilidade. Nem sempre minha casa é uma calmaria de dar inveja a qualquer um que passa na porta dela. Tem dias que a gente briga, grita, quebra o pau mas, no fundo, em meio a toda essa confusão, a gente se entende.
Tem dias que eu brigo comigo mesma, com a minha própria casa.. rasgo os papéis, bato a porta, jogo as coisas foras, grito, grito e grito. Até que passa. Até que eu entendo que eu ainda estou no lugar mais bonito do mundo. 
Só que às vezes, eu não me sinto tão segura. É quando todos os meus gritos não resolvem, é quando aparece um desespero que consome por dentro, é quando a gente sabe que alguma coisa não está indo bem. Não na nossa casa em si, mas talvez em nós mesmos. E aí a gente vai embora, pega uma estrada sem fim, se diverte com outras pessoas em outras cidades.. e volta com o coração apertado. Com a certeza de que está deixando muita, mas muita coisa pra trás.

Eu gosto da minha casa, mas tem dias que voltar pra ela é a pior coisa do mundo!




Um comentário:

Diego disse...

Nada como o lar doce lar ;)

Beijos

Didi