terça-feira, 13 de abril de 2010

Nem 8, bem mais que 80.

Inveja não é uma coisa boa,eu sei. Mas, se tem algo que me faz remoer por dentro até quase surtar,o nome é paciência alheia. Quando paro para pensar nas milhares de vezes em que tentei ser um pouco mais tolerante com as coisas acabo sempre dando risada de mim mesma.
Não é que eu seja um poço de ignorância ou praticamente um projeto ambulante de dinamite pronta para explodir a qualquer hora; eu só não tenho paciência. De nenhuma forma, com coisa alguma.
Os pacientes pra mim tem um dom. Um dom que eu não adquiri, que não me ensinaram, que eu não fiz e não faço a mínima questão de correr atrás... um dom que a grande maioria das pessoas que me cercam possuem, mas que jamais conseguiram me transmitir.A minha gastrite não cura, o coração vive disparado e a vida parece uma montanha russa. Se eu morrer nova nem vou exigir explicação de quem quer que seja lá em cima. O motivo vai ser um só: eu não tive paciência para esperar a velhice chegar.
Ah,como eu queria ser uma pessoa mais centrada; ou mais controlada, como dizem as amigas. "Dani, tenha calma!" , "Dani,tenha paciência!" , "Dani, respira fundo!". Eu não consigo.
Me falta o ar quando eu tenho que parar na faixa de pedestre pra alguém passar. Pra mim,buzina foi a coisa mais maravilhosa que Deus já inventou.
Eu não tenho paciência com filas, com gente gritando perto de mim... eu não tenho paciência com mães irresponsáveis, com gente que fala demais, com gente que fala o que não sabe, com gente que maltrata os outros e finge que nada aconteceu. E, principalmente, com gente que faz de conta que nada aconteceu mesmo.
Eu não tenho paciência pra correr praticamente 2000 metros para passar naquela prova; inteligência não se mede com as pernas, muito menos com as 3 caixas de chocolate que eu comi por não ter paciência pra esperar meu regime começar a fazer efeito.
Eu não aguento ficar pendurada naquela barra por infinitos 11 segundos. Eu não suporto gente que não fala as coisas na cara.
Por essas e por outras coisas é que eu acho que esse é um mundinho bom de ir pro buraco mesmo. Só sei que o melhor que eu faço é continuar a minha vida de tentar ter calma, de ser mais controlada, de respirar fundo...


Porque tem horas que o que eu queria mesmo é ver o oco.