terça-feira, 16 de junho de 2009

Pode tudo virar cinza...


Lembra que eu nunca gostei de sentar ao lado de janela alguma? Pra mim a pior parte em ter que andar de ônibus era quando eu sentava na janela e tinha que ficar pedindo licença para quem estava ao lado quando chegava a hora de descer. No metrô, a mesma coisa. Sempre detestei aquela claridade toda na minha cara. Mesmo sem nem ao menos tentar descobrir o porquê disso,eu detestava.
Hoje, talvez por ironia de um destino no qual eu não acredito, quando saio do trabalho tudo o que eu mais quero é conseguir um lugarzinho no metrô... perto da janela. Mesmo sem ainda entender o porquê disso,era mais forte que eu a vontade de brigar por um lugar no qual eu pudesse sentar.
Agora, todos os dias, como que uma realização de um pedido tão profundo meu, aquele lugarzinho está sempre lá. Parece reservado pra mim; tão reservado que, mesmo que uma multidão entre no mesmo vagão que o meu, ninguém senta nele. Ninguém mais tem aquela partezinha da janela.
E foi olhando aquele pedação de mundo lá fora, através dela, que eu entendi o que você dizer com
"Quando você não me encontrar em lugar nenhum, olha pro céu."

Amanhã é dia de sentar na minha janela de novo. E eu só quero que você saiba de uma coisa:

Eu tô olhando...
Eu tô te olhando.