quinta-feira, 24 de junho de 2010

Querido esteto,




Há dias que a gente não se entende, eu sei. Talvez eu tenha te estressado por te carregar para o outro lado da cidade quase todos os dias, talvez seja só cansaço ou pode até ser a minha preguiça acumulada que esteja afetando você, pobre coitado.
Mas a culpa pela nossa falta de comunicação não é sua, acredite. Muito pelo contrário! Eu te esperei por tantos anos com uma expectativa de criança que espera pelo presente de natal, que você acabou se tornando uma das coisas mais preciosas que eu já pude ter.
Sabe, eu sempre me impressionei com a sua capacidade de fazer saber o que se passa dentro das pessoas. Psicologia pra quê se eu tenho você? É você quem vai lá no fundo buscar aquele coraçãozinho já cansado de bater e de tanto apanhar dessa vida conturbada; é você quem mostra as marcas deixadas pelos amores e desamores de cada um... é você quem mostra a vida.
Mesmo magoada com você, eu não deixo de te achar a coisinha mais linda do mundo; tão feito pra mim, tão meu orgulho. Você pode ter os seus maus dias, sim. Eu te entendo.
O que não anda entrando nessa cabeça que falta pouco pra surtar é o fato de você me deixar ouvir tantas pessoas e me fazer estudar tanto pra conseguir entender quase tudo mas, quando é comigo, você não responde. É como se eu estivesse lidando com o vácuo.
Será que eu tô ficando surda, tô te colocando no lugar errado ou, por eu nunca escutar quando deveria, meu coração cansou de querer aparecer pra mim?
... mais quantos livros enormes eu tenho que pegar na biblioteca pra dar conta de resolver isso?
Me ajuda aí, seu esteto! Tá ficando complicado.

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