sexta-feira, 29 de outubro de 2010

=)


Se tem algo que eu acho a coisa mais bonitinha do mundo é gente do bem. Gente que, por mais que leve patadas nessa vida - que não são poucas - conseguem dormir em paz, sem guardar mágoas, sem rancores que só fazem mal,sem lista negra em fundo de gaveta empoeirada.
Gente bonita é aquela que, mesmo com problemões pra resolver, segue firme e forte, sem reclamar da vida,nem da sorte. Te juro que, se eu pudesse, eu seria assim. Quando eu paro pra pensar em todas as fases que eu já passei nessa minha vida, começo até a achar injustas todas as vezes em que eu abri a boca pra reclamar de algo. Tudo bem que, além de escandalosa, reclamar das coisas é o meu ponto forte; eu não ligo por ser o tipo de pessoa que não tem muita noção de espaço, nem de tempo, nem do que é ser discreta. O que me mata é o meu realismo exacerbado que sempre tende a puxar pro lado do pessimismo.
Sabe,eu só tenho 22 anos e acho que já vivi tanta coisa nessa vida que eu sempre caio na besteira de dizer que, se a vida for só isso, eu quero partir cedo; pra qualquer lugar que seja.Quando paro pra pensar em tudo e me cai a ficha, começo a entender o porquê do afloramento do meu espírito de mãezona quando se trata de dar conselhos pras amigas, de brigar com amigos que fazem bobagem, de querer cuidar de quem eu sei que está ao meu lado...e isso no meu auge dos 22 anos, enquanto milhares de pessoas da minha idade mal sabem onde estão,nem pra onde vão.
Não é que eu já tenha um rumo certo,na verdade eu sou até um pouco perdida como várias tantas outras pessoas também. Mas,em meio aos meus conselhos de "mamãe,cuida de mim" eu me sinto como uma senhora de 80 anos, daquela que tem histórias pra dar e vender pros netos.
Eu não reclamo de tudo que eu já vivi, muito pelo contrário, eu realmente me sinto orgulhosa em pensar que eu vou ser aquela vovozona que nos almoços de domingo vai ser a alegria dos lugares. Só não preciso ser agora. Mesmo com as minhas grandes histórias de vestibulares frustrados, de empregos complicados, de amores perdidos no tempo, de casamento que nunca aconteceu... eu queria, por um momento que fosse, esquecer tudo isso e levar a tal da vida simples que tanta gente leva e que realmente me emociona de um jeito inexpicável.
Por várias vezes eu deixei de dormir por causa de pessoas que me queriam mal, em diversos dias eu não perdi a oportunidade de trazer desaforo pra casa, quase todos os dias eu luto pra essa mágoa adormecida não aflorar em mim como uma coisa que me faça mais mal do que a minha gastrite crônica.
Eu morro por dentro quando tenho que visitar hospitais e vejo o quanto meus problemas são minúsculos em meio a tantas vidas que dependem um pouquinho de mim pra conseguirem ficar bem. São tantas experiências que me fazem parar pra pensar o quão pequena é a vida pra gente se preocupar em guardar no coração coisas que não vão nos fazer bem de forma alguma.
Hoje, mesmo que não te importe o que eu tenha aprendido nas "consultas" que eu realizei e, mesmo que não te interesse saber quais foram as pessoas que eu conheci, só me interessa dizer que esse mundão é tão grande e o tempo é tão curto pra gente guardar mágoas por coisas que vão nos fazer rir na velhice. Tem copos de cólera que não valem a pena tomar. Tem gavetas com listas negras que não valem a pena serem abertas.
Meu sonho é essa paz de espírito que essas pessoas lindas tem... é essa tranquilidade que exala coisa boa. Amanhã, eu não sei, mas hoje eu vou dormir sem me preocupar em ter agradado fulano de tal, sem ficar brava por saber que tem muita gente ruim nesse mundo, sem brigar com Deus por exigir que Ele faça algo que resolva tudo.Hoje eu não quero reclamar das pessoas que só querem gostar das mesmas coisas que eu e, muito menos, daquelas que, por uma ponta de curiosidade, leem as coisas que eu escrevo, e copiam, e... sei lá mais o quê.
Sinceramente,hoje eu não quero me importar com a sua postura de fuçar minha vida todos os dias.Pode olhar...
Beijo pra você. De coração. Coração puro, coração limpo.





domingo, 17 de outubro de 2010

Meipabá.


Hoje, se eu pudesse e meu dinheiro desse, eu juro que me enfiaria em qualquer ônibus ou avião pra qualquer lugar que fosse. Eu ando tão covarde com as coisas que meu sonho ultimamente tem sido fugir de tudo e de todos, inclusive de mim mesma. Por mais que eu tente manter a calma com todas as desavenças que me aparecem, parece que meu espírito de furacão ambulante fala muito mais alto.
Me assusta ver que notícias ruins já não me abalam tanto; eu consigo até fazer piada com as catástrofes do dia a dia. Me importar com terremoto em Brasília pra quê se é dentro de mim que várias coisas andam destroçadas como se o Apocalipse realmente tivesse chegado e pouca gente anda se importando em me salvar.
Eu não gosto de ser egoísta. Mesmo com meu jeito caladona e observadora de ser, eu não sou e nunca pretendi ser do tipo que olha pro próprio umbigo e o resto que se exploda. Mas, ao mesmo tempo, eu não sei lidar com os problemas alheios porque nem os meus eu ando sabendo resolver direito.
Esse meu jeito de sempre observar as coisas calada me incomoda. Eu sempre tenho que ver além do que deveria e acabo morrendo por dentro a cada dia por saber que existem pessoas ao meu redor que nunca mudam.
O que me consome é saber que tudo sempre fica de pernas pro ar e nem sempre depende só de mim pra arrumar a bagunça depois da tempestade. Na minha vida sempre existiram coisas tão difíceis de terminar e, essa sensação de impotência é tão grande, que eu prefiro deixar as coisas desabarem pra ver até onde eu aguento.
Eu não consigo esperar o inesperado. Eu não sei lidar com posturas bruscas, por mais que as minhas sejam também. Esse horário me incomoda. Eu não consigo resolver metade dos meus problemas financeiros, nem sentimentais, nem nervosos... eu tô morrendo de fome e, antes que eu comece a falar demais, pra um bom entendedor, meipabá.