Essas duas últimas semanas não tem sido fáceis. Ir dormir às 3 horas da manhã praticamente todos os dias pra acordar às 5:30, definitivamente, não é coisa de Deus. Eu estou cansada, com olheiras e minha maquiagem já não disfarça mais o resultado dos milhões de livros que tenho que ler durante as madrugadas da vida porque o irmãozinho hiperativo e aborrecente não dá sossego em casa na maior parte do tempo com seu som no último volume e seu violão que, daqui uns dias, eu pretendo mandar pra Madri junto com ele.
Eu estou gorda. Gorda de gordura mesmo, gorda de sono, gorda de cansaço... tudo que eu mais queria agora é que meu dia tivesse umas 36 horas, pra eu poder passar umas 30 dormindo. Eu estou neurótica. Daquele tipo que vai de casa até a faculdade abrindo a mochila pra ver se não esqueceu nada, daquela que falta chorar todo dia quando acha que perdeu a chave do armário, daquela que perde o crachá no próprio pescoço e que vira piada pra todo mundo na faculdade.
Mas, mesmo tendo que carregar milhões de livros que dão quase o meu peso e que valem mais que meu orçamento mensal, mesmo chorando igual uma criança sem nem ter motivos, eu me sinto bem.
Eu já nem lembro mais quando foi a última vez em que a única sensação de bagunça que eu tinha se restringia só ao meu quarto; já nem sei dizer quando foi a última vez que parei de sentir um furacão dentro de mim. Eu sou praticamente uma Tazmania, e já me conformei com isso. A verdade é que essa sensação de calmaria que habita em mim agora me dá medo. Meu quarto tá uma zona, minha mochila também, eu tô com milhões de problemas da faculdade pra resolver, mas eu tô bem. Sei que tô na merda, mas tô rindo.
Tô rindo mesmo dormindo pouco e acordando num frio que só complica meu problema de ouvido, tô rindo mesmo sabendo que não tenho R$ 1000,00 pra comprar os livros que eu preciso; tô rindo mesmo querendo mandar metade do mundo ir tomar onde melhor lhe convém...
Sabe, a cada dia eu volto pra casa me sentindo mais forte e mais capaz de algo que eu nem sei o que é ainda, mas que eu sei que posso fazer. Mesmo com meu realismo exagerado, eu me sinto feliz por ainda acreditar que, de alguma forma, eu posso mudar o mundo.
Eu não ando sabendo de muita coisa, nem ando com tempo pra parar, pensar e planejar nada; até porque, na situação que eu ando, se eu encostar pra pensar, acabo dormindo. Mas, no meio de toda a bagunça externa que me rodeia, eu continuo firme e forte como nunca estive antes. Sei lá, eu gosto dessa sensação de estar orgulhosa por algo que você nem tem noção do que seja. É bom viver essa fase de "não sei porque,mas tô legal".
Eu ando gostando das pessoas, mesmo quando eu sei que elas não merecem tanto de mim...eu ando gostando de ter menos tempo pra algumas outras coisas, mesmo dormindo pouco. Eu ando gostando de ver que a única coisa estéril que me acompanha é aquele monte de pacotes de luvas que eu ganho na faculdade pra treinar pra aula prática.Eu gosto desse frio que anda fazendo, mesmo que seja difícil acordar cedo e atravessar a cidade num vento que quase corta o rosto.
Tá frio lá fora, tá frio aqui em casa e acho que na sua também. Tá frio na cidade toda. Mas, aqui dentro, o coração continua quente, e é isso o que mais me importa.
Eu estou gorda. Gorda de gordura mesmo, gorda de sono, gorda de cansaço... tudo que eu mais queria agora é que meu dia tivesse umas 36 horas, pra eu poder passar umas 30 dormindo. Eu estou neurótica. Daquele tipo que vai de casa até a faculdade abrindo a mochila pra ver se não esqueceu nada, daquela que falta chorar todo dia quando acha que perdeu a chave do armário, daquela que perde o crachá no próprio pescoço e que vira piada pra todo mundo na faculdade.
Mas, mesmo tendo que carregar milhões de livros que dão quase o meu peso e que valem mais que meu orçamento mensal, mesmo chorando igual uma criança sem nem ter motivos, eu me sinto bem.
Eu já nem lembro mais quando foi a última vez em que a única sensação de bagunça que eu tinha se restringia só ao meu quarto; já nem sei dizer quando foi a última vez que parei de sentir um furacão dentro de mim. Eu sou praticamente uma Tazmania, e já me conformei com isso. A verdade é que essa sensação de calmaria que habita em mim agora me dá medo. Meu quarto tá uma zona, minha mochila também, eu tô com milhões de problemas da faculdade pra resolver, mas eu tô bem. Sei que tô na merda, mas tô rindo.
Tô rindo mesmo dormindo pouco e acordando num frio que só complica meu problema de ouvido, tô rindo mesmo sabendo que não tenho R$ 1000,00 pra comprar os livros que eu preciso; tô rindo mesmo querendo mandar metade do mundo ir tomar onde melhor lhe convém...
Sabe, a cada dia eu volto pra casa me sentindo mais forte e mais capaz de algo que eu nem sei o que é ainda, mas que eu sei que posso fazer. Mesmo com meu realismo exagerado, eu me sinto feliz por ainda acreditar que, de alguma forma, eu posso mudar o mundo.
Eu não ando sabendo de muita coisa, nem ando com tempo pra parar, pensar e planejar nada; até porque, na situação que eu ando, se eu encostar pra pensar, acabo dormindo. Mas, no meio de toda a bagunça externa que me rodeia, eu continuo firme e forte como nunca estive antes. Sei lá, eu gosto dessa sensação de estar orgulhosa por algo que você nem tem noção do que seja. É bom viver essa fase de "não sei porque,mas tô legal".
Eu ando gostando das pessoas, mesmo quando eu sei que elas não merecem tanto de mim...eu ando gostando de ter menos tempo pra algumas outras coisas, mesmo dormindo pouco. Eu ando gostando de ver que a única coisa estéril que me acompanha é aquele monte de pacotes de luvas que eu ganho na faculdade pra treinar pra aula prática.Eu gosto desse frio que anda fazendo, mesmo que seja difícil acordar cedo e atravessar a cidade num vento que quase corta o rosto.
Tá frio lá fora, tá frio aqui em casa e acho que na sua também. Tá frio na cidade toda. Mas, aqui dentro, o coração continua quente, e é isso o que mais me importa.